domingo, 22 de março de 2009
Melhor vermelho que amarelo
It is better to blaze up, even for a moment, than to smolder forever with desire.
Essa eu li no Mahabharata, mas já tinha aprendido a lição com Heloisa Buarque, que começou a me orientar no mestrado e nunca mais parou. Nas palavras dela e com muita liberdade na tradução da frase acima, seria assim: “É melhor ficar vermelho por alguns minutos do que amarelo a vida inteira”.
Diz ela que ouviu a máxima do avô, seguiu à risca e constatou ter sido esse o ensinamento mais importante que recebeu durante toda a sua existência. Trata-se, portanto, de uma sabedoria que atravessa gerações. E, de fato, é um dos melhores orientadores para a vida. Afinal de contas, seguir nosso desejo dá trabalho. Muitas vezes, é preciso ficar vermelho. Muito vermelho. Tão vermelho que até a sua conta bancária resolve ser solidária e ficar vermelha também.
Mas depois os projetos vão se encaixando e tudo vale a pena. Vem o frio na barriga de meda da responsa mas também a vibração boa do desafio. E, como já escrevi uma vez para a mestra na dedicatória do meu primeiro livro, o rosa choque Marilia Carneiro no camarim das oito, a felicidade é pink. E o futuro, nos dias bons, parece azulzinho.
Não, queridos, eu não sou bipolar. Nem ciclotímica. Nem distímica. Larguem os livros médicos e seus verbetes. O mundo de verdade vem sem bula.
Logo, logo escrevo mais sobre os novos projetos e, é claro, sobre o Mahabharata . Acabei de ler e entendi alguns milímetros a mais da vida. Enquanto isso, deliciem-se:
Now the wonderful world is Born,
In an instant it dies,
In a breath it is renewed.
From the slowness of our eye
And the quickness of God’s hand
We believe in the world.
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