segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A Apple já vale mais do que a Coca-cola. Finalmente comer maçã é mais legal do que tomar refrigerante!

terça-feira, 24 de setembro de 2013




Apresentação Fazendo gênero

Está aí, meninos. Fui a Floripa empunhar o microfone no megavento feminista Fazendo Gênero 10. Gaguejei, fiquei roxa e suei frio como quase sempre. Mas tá falado.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013



Mulher descascada

Sou uma antes de Hilda Hilst, e outra depois. Antes era uma adolescente um tanto entediada, sentindo-se exilada do excitante mundo lá fora, lugar que parecia sempre deslumbroso (sic,sic, sic!) destino. E eu enquanto isso perdendo a vida, deixando escorrer pelos dedos cada segundo de experiências antes de topar, numa trivial revista feminina, com a escritora da Casa do Sol. Foi numa entrevista que nos conhecemos. Eu e ela, a velha, a bruxa, a mulher que traçou boa parte do meu caminho. Estava lá, na conversa publicada pela Marie Claire, o espanto em forma de cérebro. Naqueles diálogos quem falava era a inteligência brilhante, a arte pura e translúcida, sem opacidades. Era Hilda, estrela Aldebarã. Como Drummond, me apaixonei por ela.
Mais de vinte anos se passaram de lá para cá, tempo suficiente para que eu lesse a sua obra completa, prosa e poesia, e fica me faltando apenas a dramaturgia. Bufólicas, Rútilos, O caderno rosa de Lori Lamby, Com os meus olhos de cão, Cartas de um Sedutor, Tu não te moves de ti, Baladas; Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão, A Obscena Senhora D: estão todos na estante, um pouco amarelados, marcados por dentro, manchados de lágrimas até. Amados. Tive vontade de abraçar cada um deles depois da leitura, e não o devo ter feito por medo de amassá-los. Aqueles livros me constituem na paixão e na alma, e foi seguindo os seus rastros, as suas dobras, os seus aguados, que comecei a escrever por mim mesma. Rascunhei as minhas primeiras leis, e também as minhas primeiras linhas de verdade. Eu queria ser a Hilda Hilst quando crescesse.
Continuo querendo, é claro, e vou com ela para Floripa participar do Fazendo Gênero 10, megaevento que debate os desafios atuais do feminismo e dos estudos de gênero. Nas minhas mãos estará meu livro, a novela rebolante filosófica À sua espera, mas na minha alma estará ela, a mulher bruxa. Boa sorte para todos nós.