segunda-feira, 30 de julho de 2012

A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão, apesar de resolutamente insistente.
Albert Einstein

Essa frase é ou não é de explodir os miolos? Não precisamos de uma madeleine para saber que o passado volta à tona e à ponta da língua sempre que desejamos. Nem de experiências da física quântica para ter certeza de que tais instâncias, passado, presente e futuro, se influenciam entre si em ordens nem sempre muito coerentes ou adequadas ao calendário.

Pois então posso dizer, sem medo, que não tentei engravidar por muito tempo. Tempo é relativo. As estatísticas também: quando as tentativas fizeram o primeiro aniversário, disse a médica especialista que 85% dos casais da nossa idade já teriam então recebido a visita da cegonha. Com isso poderíamos ter pensado que éramos retardatários. Ou especiais. Tudo, de novo, muito relativo.

No meio de tanto, a única coisa palpável até ano passado era um livro, escrito durante mais de um ano de tentativas frustradas. O lançamento acontecerá num futuro bem próximo, logo ali na esquina. Mas parece que ele já está pronto em minhas mãos com capa e tudo, porque, afinal de contas, carrega nele o passado que me constitui e assim faz parte do presente. Ele já está aqui hoje, junto com a Alice, que nem sabe ainda quem é Einstein. Donde se conclui que não são apenas as notícias de gravidez que nos fazem chorar. Outros nascimentos também tem força parecida.

À sua espera, uma novela de auto-ficção que flerta com a filosofia e marca minha ousada estréia na literatura, estará em breve nas livrarias através da editora Dublinense. Ate lá continuará em gestação no meu peito, que é onde geramos idéias que também têm vida e, quando alcançam o papel, poderiam se dizer até eternas – não fosse essa uma expressão quase petulante.





Em breve, numa livraria perto de você.