quinta-feira, 26 de junho de 2008

Velhinhos e com tudo em cima

Bem, existe vida além da bela menina, do Nós do Morro e do Cabeleira. E ela está na velhice. Ou melhor, na longevidade. Ando copidescando um livro que será em breve lançado pela Ediouro, e trata das medidas que devemos tomar para envelhecermos direitinho. Direitinho é sem Alzheimer, cardiopatias, diabetes e disfunções outras variadas – queridos, o corpo pifa com o passar dos anos.
Confesso que, fazendo esse trabalho, me senti um pouco mais velha do que meus 33 anos sugerem e fiquei um tanto preocupada com a minha sobrevida. Fiz as contas e vi que faltam mais ou menos quinze anos para a minha menopausa e para a largada infindável e insuportável de exames obrigatórios como mamografias, densitometrias e outros nomes irritantes.
Well, well, é a vida. Para animar então vocês, turminha, aí vão algumas informações importantes para quem quer chegar bem à “maior idade”. É só um gostinho, o bom bocado mesmo estará disponível nas livrarias, em breve. Encontrem seus óculos de leitura e aguardem.

- Leitura, palavras cruzadas e jogos de tabuleiro diminuem em cerca de 30% o risco de mal de Alzheimer.

- Comprovadíssimo, senhores: o pensamento positivo estimula o sistema imunológico. Parem de resmungar agora.

- Pessoas conectadas socialmente sobrevivem até 20% a mais do que as que se isolam. (Será que fazer blog conta?)

- A atividade física regular pode acrescentar dois ou mais anos à expectativa de vida.

- Só 1/3 do envelhecimento é ditado pela genética. O resto depende do estilo de vida.

- Quanto maior a instrução, menor o risco de Alzheimer (nunca fiquei tão feliz com o meu diploma de Mestrado)

- Ver televisão envelhece. Melhor é ter outros passatempos que estimulam a mente, como a leitura (vale leitura de blog! Eu garanto!)

E um último detalhe interessante: já está provado que pessoas que buscam algum tipo de espiritualidade vivem mais. Uma pesquisa americana chegou até mesmo à conclusão de que visitar a igreja ou um templo religioso uma vez por semana pode aumentar a expectativa de vida em sete anos. Sete anos! Dá para fazer muita coisa em sete anos. É mais uma vida de gato, é mais um ciclo astrológico. É o que eu sempre digo: OOOOOMM ...

terça-feira, 10 de junho de 2008

O Cabeleira vem aí


Ele chegou antes do Lampião. Roubava e matava sem dó nem piedade. Era cruel até a última gota. E agora ele vem aí. Cuidado minha gente, porque esse é Cabeleira, bandoleiro que aterrorizou Pernambuco no século XVIII.
A inspiração é da obra de Franklin Távora, de 1876, primeiro romance regionalista ambientado no Nordeste brasileiro. Já o livro aí do lado é resultado de uma feliz união: de um lado o desenhista Allan Alex, de outro os roteiristas Leandro Assis e Hiroshi Maeda.
A primeira idéia era a de fazer um filme, e o roteiro foi selecionado para o 8º Laboratório de Roteiros de Cinema do SESC. Mexe daqui, mexe dali, e em pleno segundo tratamento surgiu o convite: e se essa história virasse uma HQ? Os roteiristas toparam na hora e o resultado está aí, pela Desiderata. Curiosidade rápida: a Desiderata foi recentemente comprada pela Ediouro, o que faz com que o Cabeleira e A bela menina estejam morando na mesma casa. Coerente coincidência... Leandro, by the way, é o maridão aqui da que vos escreve. Sem suspeitas, o livro é de dar gosto – e medo. Recomendo, é claro. E quem quiser conhecer o trio que não se acanhe, chegue mais: lançamento dia 24, na livraria da Travessa. Mas deixem em casa os bacamartes.

domingo, 8 de junho de 2008

A off broadway é aqui

Carla – Como surgiu a idéia do Nós do Morro?
Guti Fraga– Eu trabalhava com a Marilia (Pêra) e estava em Nova Iorque, onde ela fazia um espetáculo. Lá tive o grande boom da minha vida. Todo mundo ia pra Broadway e eu queria ir pra off off, queria ir no Brooklin, queria ver o blues na rua, igual ao samba daqui, eu tinha essa coisa de identidade, já tinha muitos anos de Vidigal e precisava ver a negada de lá. E aí vi coisas como uma sala mínima onde rolava um espetáculo e 10 pessoas assistindo, mas com uma qualidade impecável em luz, figurino, tudo. Falei: “Cara, é isso que eu quero”. Tinha aquela confusão ainda de Brasil, de teatro amador ser ruim. E era isso que eu queria, queria fazer a Off Broadway no Vidigal. Na volta, no avião, perguntei para o Fred (Pinheiro) se ele toparia me dar apoio técnico se eu fundasse um projeto no Vidigal. Quando cheguei aqui fui conversando com as pessoas, fui fechando.
O mais difícil foi ter de falar para a Marilia que eu não ia mais trabalhar com ela. Foi horrível, um dos momentos mais difíceis da minha vida. E aí fundei o projeto, chamei os amigos, chamei o Paulo, que hoje é nosso dramaturgo mas que fazia ainda o segundo grau e editava o meu jornal mural na época. Chamei o Paulo pra ele tentar caminhar, pra encontrar uma carpintaria de dramaturgia teatral, essa coisa toda. Mesmo sem saber, eu tinha bolado na minha cabeça como é que eu ia atingir a comunidade, ia trabalhar com alguma coisa que falasse da comunidade, e aí já tinham pintado algumas coisas filosóficas que me envolveriam: eu não queria simplesmente montar um grupo de teatro, mas um grupo de teatro com filosofia de vida, isso é o que me conduzia, obviamente, um grupo de teatro com os amigos, que eu tinha vários, tinha pessoas profissionais que podiam entrar nessa, então era uma coisa bem direcionada.
E eu acho que só tive coragem de fazer isso, na verdade, porque a Marília falava que eu era capaz, a Marília é que botava dentro de mim que eu tinha competência. Porque o pobre que não tem auto-estima (não sei nem falar muito sobre auto-estima porque hoje essa palavra ficou muito corriqueira) não tem certeza que ele é bom, e é muito complicado você não ter essa afirmação. Então eu ter a afirmação dela que eu era legal, que eu conhecia da parada, que eu fazia uma direção de cena, que eu era um bom ator, que eu estava me desenvolvendo como ator, que eu tinha capacidade disso, que eu tinha capacidade daquilo, foi ela que me deu isso. Não posso negar isso nunca, tanto que eu brinco, eu falo que ela é a avó do Nós do Morro, de tanta paixão que eu tenho por ela, por ela ter me dado isso, essa força. Foi assim que a gente começou o nosso trabalho.

That´s all, folks. Quem quiser mais que compre o livro, logo logo ele pinta por aí. Enquanto isso, não deixem de assistir Machado 3x4, adaptação livre do conto O Alienista, de Machado de Assis, espetáculo que o Nós do Morro estréia nessa sexta-feira, no Teatro Ipanema. Eu vou.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A bela menina na TV PUC

Acharam que estavam livres da bela menina? Ahá! Estamos de volta. Ana e eu descobrimos, recentemente, o interessante mundo do canal 16 da Net. É onde estão as TVs universitárias, cheias de repórteres amadores nem tão amadores assim. As matérias são bem feitas, os recursos gráficos idem e você fica se perguntando porque perde tanto tempo vendo a novela das oito na Globo. Aqueles programas são muito melhores do que qualquer Juvenal Antena! Então, em nome do conhecimento e em homenagem às universidades e seus criativos estudantes de comunicação, aí vai a dica: vejam a nossa entrevista sobre o livro A bela menina na TV PUC, que tem os seguintes horários de reprise:
Terça-feira, 3/06 – 15h30m
Quarta-feira, 4/06 – 16h30m
Quinta-feira, 5/06 – 17h.
Marquem esse canal, 16 da Net. Vale a pena tirar a ferrugem do controle remoto...