quarta-feira, 22 de abril de 2009

SOS

Então está combinado. Eu continuo não contando os detalhes dos meus projetos secretos e vocês, com exceção da family, santa family, continuam não comentando.
Parece justo.
Ontem mesmo saí animada de mais uma entrevista com o militar. Percebendo a minha empolgação, meu marido vasculhou a sua coleção de filmes e me pôs para ver Nascido para Matar, de Stanley Kubrick. Já na primeira parte do filme, senti que o clima da história estava tenso. “Alguma coisa horrível vai acontecer, não vai?”, perguntei, já encolhida no sofá. “Vai”.
A minha primeira providência foi tirar o papagaio da sala. A segunda foi me afundar nas almofadas e continuar assistindo com um olho só. “Acho que agora você não precisa olhar”, disse o meu marido. Eu já estava com os olhos fechados há muito tempo.
Agora me digam, meninos: Como posso escrever a biografia de um militar se não consigo nem assistir Nascido pra Matar? O que é aquele gordo com cara de demo, gente? Eu só pensava em acender um incenso e gritar paz e amor, paz e amor!
O que eu faço? Não posso devolver o adiantamento porque ele já foi parar em contas, consertos de carro, pagamentos por serviços de pesquisa e transcrição de depoimentos e outras cositas.
Peço pra sair e encaro a humilhação? Consulto o meu papagaio? Mando um SOS em código Morse para escritores familiarizados com o tema? Socoooorro!
É isso que dá se meter a escrever por encomenda. Se vocês ainda não sacaram, isso é ser escritora freelancer. Não recomendo.

2 comentários:

Valéria Martins disse...

Hahaha!... Eu estou escrevendo a biografia de um cabeleireiro. Bem mais light...

Anônimo disse...

Definitivamente, consulte o Paco!!!
Celia