quinta-feira, 9 de abril de 2009

Feliz Aniversário



Na terça passada este blog que vos fala completou um aninho. Ele nasceu graças ao livro da Ana e nasceu, justamente, com a missão de divulgá-lo. Mas logo cada um foi para um lado: o livro da Ana se divulgou sozinho e o blog provou da cachaça que é ser um blog.
Fazer blog é muito bom. Serve para exorcizar fantasmas e fumaças negras, organizar um pouco a vida, encontrar pessoas que não se via há tempos e, principalmente, experimentar textos usando pobres leitores anônimos de cobaias. E o melhor de tudo é que, como quase ninguém comenta ou critica (o que não quer dizer que ninguém lê, me diz o Google Analytics), você tem a ligeira sensação de que todo mundo gostou. Não dizem que quem cala consente?
Sim, o blogueiro se torna algo narcisista, mas faz parte. Todo blogueiro começa olhando para o próprio umbigo. “Escreva sobre sua aldeia e serás universal”, escreveu Tolstoi, que não teve tempo de saber o que é um blog. Já Andrew Keen, que acaba de lançar O culto ao amador, acha a profusão de umbigos virtuais muito perigosa para a cultura. Bem, eu não me encaixaria, segundo ele, na categoria de amadores, já que sou jornalista e tenho livros publicados. Mas nem por isso me sinto mais capacitada para fazer um blog. Tenho lido blogs interessantíssimos por aí de gente amadora no mundo das letras. E tenho lido muita coisa ruim também, assim como acontece quando dou uma olhada nas livrarias. Poupemos portanto os blogs, o Literal e até a Wikipedia.
De certa forma, fazer blog também é fazer uma social. Nesse ano de mais de 70 posts que passou, entrei em contato com uma colega antiga de faculdade. Numa troca inocente de emails em que ela pedia votos para um vídeo feito pelo filhinho dela e inscrito num concurso (mãe é mãe), ela viu meu blog no pé do email e mergulhou fundo. Leu todos (todos!) os posts que eu havia escrito até então. Quando já devia estar tonta de tanto moinho nas ventas, me escreveu flores dizendo que ficara muito feliz de ver tudo o que eu andava fazendo. Retomamos o contato de maneira muito tímida, trocando emails apenas, mas para a eremita aqui, que passa dias inteiros falando com um papagaio, que sente uma súbita felicidade quando percebe que precisa ir à padaria ou à farmácia e que dá pulinhos quando vai ao cinema durante a semana, acreditem, já é o máximo.
Também recebi comentários de pessoas desconhecidas, de outros estados até, e acabei de dar à minha sogra o prêmio de maior divulgadora do blog. A bela estatueta da Casa do Moinho está na sua estante. Sim, a Célia que comenta semana sim semana também é minha sogra, pronto, falei. Porque blog também é feito de família, meninos. O meu site, por exemplo, linkado aqui, foi todinho feito pelo meu marido, que pra isso estudou html e tudo. Home made mesmo. Agora ele está desatualizado, é claro (não o marido, o site), porque o marido viu como é chato fazer isso tudo e saiu de fininho. Homens. Mas logo, logo, se as vacas engordarem um pouquinho mais, contrato algum webdesigner. Há!
Como disse o guru McLuhan, toda tecnologia é uma extensão do corpo humano. Para ele o computador seria uma extensão de nossas sinapses nervosas mas, pra mim, fazer blog é ainda mais: é ganhar braços mais compridos e passos mais largos, o que melhora a velocidade e o fôlego daqueles textinhos que ficam ali, no cantinho, coçando o cérebro. De certa forma, o blog é uma aeróbica para as tais sinopses. Melhor que correr na esteira, acho. Mas continuo me obrigando a cansar o corpitcho, é claro, junto com o namastê que não posso faltar porque pra recuperar o pique é difícil, crianças, é difícil. O corpo dói e a cabeça não para de reclamar. “Termina com esse alongamento torturante, sai dessa postura impossível e vai escrever blog que é bem mais fácil, minha filha”, ela diz. Ô luta.
E as inscrições para o maior divulgador do umbigo, quer dizer, do blog de 2009 já estão abertas. Andrew Keen, tremei! Participem! Feliz um ano!

Sim, vocês cinco, mais atentos, também sabem que hoje é o meu aniversário. Hein? Quantos anos? Tsc tsc tsc. Essa pergunta não se faz, meninos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Carlinha. Tudo bem?

Já tinha resolvido te escrever qdo li as primeiras linhas dizendo que quase ninguém comenta. Eu nunca comentei, mas já li vários posts seus! Estava há semanas com uma tendinite barra pesada sem poder escrever nada além do mínimo necessário, mas agora já melhorei. Aproveito tb para dar os parabéns pelo seu aniversário. Vivo culpada por não conseguir dar conta minimamente das relações que já tenho e estava retardando retomar esta pra não dar oi e sumir logo depois, o que eu achava que seria mais uma desfeita na minha lista já grande e que nunca pára de crescer. Mas agora estou achando isso uma grande besteira...tb com a Maria hj eu tenho uma relação que é praticamente virtual, a gente só consegue se encontrar umas duas vezes por ano, se tanto, mas a relação virtual é ótima, a gente troca informações, idéias, mata saudades, manda foto das crianças, e por aí vai...então, bem, estou aqui timidamente escrevendo pra dizer que ainda estou bem viva e que sempre leio seu blog. E que adoro saber que vc está bem. Tb li seu livro já há um tempo, em um dia só. Mergulhei fundo e só fui dormir às 3 da manhã, quando acabei. Tb gosto muito da fotinha com o Leandro, onde vcs 2 estão com uma cara ótima.

Bj grande pra vcs,

Mara

Ps: Ah, essa é a primeira vez que escrevo em um blog. Tomara que dê certo e não vá parar no lugar errado...

Anônimo disse...

Tá vendo que seu blog está internacional????
Agora eu vou contar sua idade para todos , quem mandou dizer que Celia era a sogra?
Carla acaba de completar... um ano de blog!
Parabéns pelo blog!!!
Celia, a sogra.