segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Pero que las hay, las hay

Fazia tempo que ela andava sobrevoando nossas cabeças. Ela ficava lá, por cima das nuvens, taxiando, esperando uma brecha para descer em vôo livre. Muito bem. Ela, a bruxa, veio com tudo. Desceu em parafuso, exercitando seu know-how diplomado em direção perigosa. Chegou, bateu a poeira da barra da saia e estacionou o nariz enverrugado e a vassoura em algum lugar aqui perto de casa. E logo foi um tal de um interna pra cá, outro opera pra lá, outra ensaia o adeus ao mundo profano. Ho ho ho, feliz natal.
Então estava eu, ontem, encostada na murada de um hospital de Santa Teresa, ladeada por dois macaquinhos, um primo deprimido e uma Baía de Guanabara de tirar o fôlego. Enquanto eu ouvia o telegrama que a bruxa enviara, não conseguia parar de pensar em como aquela vista é bonita. Ali, naquele espelho d´água, as vassouras não passam de sombras. Elas podem até crepitar a superfície, mas o fundo do mar é feito de paz, silêncio e fé. Acontece que a gente olha só de cima, num só ângulo, e perde de vista as outras camadas.
Deve ser por isso que sou tão disciplinada no aprendizado da Shirshasana, a invertida sobre a cabeça, postura da ioga em que se fica de cabeça para baixo, literalmente. Ainda não cheguei lá, mas tenho certeza de que quando eu conseguir vai ser uma epifania só. Se bobear, vou ver até macaquinhos saltitando.
Quero mais é conseguir ver as coisas de forma diferente, mirando o nível do mar. Namastê.
Sim, e boas festas a todos. Maneirem nas castanhas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Carla! Espero de coração que as bruxas tenham partido para bem longe! Desejo a você e a sua família um Feliz Natal e um 2009 cheio de fadas! Bjs. Ana

Anônimo disse...

As bruxas vão cair das vassouras pois, mais uma vez, elas vão ver a força das pessoas que elas insistem em sobrevoar.
Saúde neste Ano Novo! Abraço para o Leandro e Paco (esse de longe...)

Gaivão e família