segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Luxo II

Continuando, que o luxo urge. Como estava dizendo, da Renascença em diante o luxo toma o caminho da cultura. De instrumento mágico que facilitava o acesso à vida eterna ele se torna sonho, “o que embeleza o cenário da vida, a perfeição tornada coisa pelo gênio humano”, conta Lipovetsky. Surge um vínculo sensual entre o homem e os objetos preciosos. As coisas passam a ser amadas por si mesmas. É o luxo como resposta ao desejo de gozar o mundo.
A partir do século XIV, as antiguidades passam a disputar espaço com a moda, invenção social histórica do Ocidente. O gosto por tudo que é antigo convive lado a lado com a febre do novo, a paixão pelo presente. Em breve, vigoraria a conhecida máxima de que tudo que é novo é bom, inaugurando uma época em que o presente é recheado de futuro.
Desde o fim da Idade Média, na verdade, reina o gosto pela renovação, onde a transformação costuma ter sempre mais valor do que a continuidade. Orquestrada pela moda, esta dinâmica inclui a compra de cada vez mais bens de consumo eternamente renovados, reciclados, recriados. A moda, hoje, se confunde com o luxo. “Moda, luxo e elegância formam uma tríade capaz de se sustentar por tempo indefinido”, arrisca o filósofo.
Não percam, no próximo capítulo, o que Lipovetsky fala sobre o prestígio da grife e a magia da marca. Mais um encontro e terminamos o nosso brevíssimo seminário sobre o luxo. O projeto à vista não tem mais nada a ver com luxo, nem com moda. Está mais para saúde e estilo de vida. Mas não se preocupem. Não haverá seminário algum sobre nenhum dos dois assuntos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quem diria...

Beijos
Celia