quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A Geografia da Felicidade

Não é ótimo esse título? Não, é claro que não é meu. Apesar de ter bolado A bela menina do cachorrinho, que resistiu a incontáveis reuniões editoriais durante meses (e até hoje, numa ironia do destino, faz a Ana torcer o nariz), fazer títulos não é o meu forte.
Mas o que importa é que acabei mais um copi para a Ediouro, e o título do livro é esse aí de cima. O original em inglês é The Geography of Bliss, esta última uma palavrinha mágica de difícil tradução. Na verdade, é mais do que felicidade, é contentamento, é uma euforia tranqüila, uma unção de alegria. Mas ninguém faria um título assim, A geografia do contentamento, da euforia tranqüila, da... vocês entenderam.
O livro, do jornalista americano Eric Weiner, vai dar o que falar. Correspondente da NPR, uma das maiores rádios dos EUA, Eric estava acostumado a cobrir guerras e catástrofes mundiais. Daí ficou deprimido com isso e resolver viajar o mundo em busca, agora, da felicidade. Mas não saiu como um andarilho hippie, nem um hare hare sem outros planos que não vender uns incensos aqui e ali. Eric tinha um mapa. Um mapa científico da felicidade, baseado no banco mundial de dados da psicologia positiva, aquela que estuda o “bem-estar subjetivo” com o mesmo afinco com que Freud e seus seguidores estudaram a depressão. Segundo esses pesquisadores, liderados pelo sociólogo e professor holandês Ruut Veenhoven, os países mais felizes do mundo são Islândia, Suíça, Holanda e Dinamarca. Não me perguntem porque. Nem ao Eric. O método para essas conclusões também é subjetivo. Eles simplesmente perguntam às pessoas que nota elas dariam para a sua própria felicidade, levando em conta suas condições de vida. De 1 a 10, o quanto você é feliz?
Eric mudou um pouco o mapa e foi para a Holanda, Suíça, Butão (onde o governo criou o índice de Felicidade Nacional Bruta), Catar, Islândia, Moldávia (o país mais triste do mundo), Tailândia e Inglaterra. Chegou a algumas conclusões:

“O dinheiro conta, mas menos do que imaginamos e não da maneira como imaginamos. A família é importante. Assim como os amigos. A inveja é tóxica. Assim como pensar excessivamente. Praias são opcionais. Confiança não. Nem gratidão.”

Não é nenhuma descoberta da pólvora, mas é que existem vários caminhos para a felicidade:

“Os suíços são tensos e felizes. Os tailandeses são relaxados e felizes. Os islandeses encontram alegria em suas bebedeiras, os moldávios apenas sofrimento. Talvez uma mente indiana consiga digerir essas contradições, mas a minha não consegue.”

Nem a minha. Mas o livro é melhor do que isso, interessante de verdade e muito divertido. É daqueles em que você viaja junto. Em breve.

Uma vida inteira de felicidade! Nenhum homem poderia suportar isso: Seria o inferno na Terra.”
George Bernard Shaw

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Carla,
Descobri seu blog. Que bom foi falar com você.
Espero outros encontros profissionais em breve.
Bjs
Marianna

Anônimo disse...

Postei no lugar errado: quando será o lançamento nas livrarias?

Celia