quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Ando meio... desligado


Sempre fui desligada, e não morri atropelada até hoje por pura obra divina. De vez em quando eu simplesmente saio de sintonia, mudo o dial, troco de canal. É difícil, às vezes. Nem todo mundo entende. Tá no mundo da lua?, dizem essas pessoas que não entendem. Elas também costumam perguntar se estou pensando na morte da bezerra. Sempre achei engraçado, isso. Sim, coitada da bezerra, estou pensando nela. Morreu de quê, hein, gente?

Não me incomoda ser desligada porque é feio ou não é de “bom tom” ou qualquer coisa parecida. Incomoda por ser um sintoma. Sinal de que o mundinho interior está gritando e pedindo para eu grudar nele. Como quase nunca (e cada vez menos) obedeço, ele prega peças: puxa o tapete do outro mundo, o maior, à primeira oportunidade que lhe aparece. É uma maneira de dizer: tá vendo como esse lado daí é sem graça? É mais desengonçado do que você e, mais do que tudo, desencontrado (não encontra comigo).
Preciso de tempo para o mundinho. É nele que respiro. O mundo de lá me exige (mais uma vez) ser coerente, sensata, razoável, civilizada. Mas ai que é difícil isso de colocar os pés no chão. Quando eles pisam de novo na calçada é como se estivesse tatuado nas solas: poesia.



3 comentários:

Anônimo disse...

Por que ninguém nos perdoa quando entramos no nosso mundinho?
É bom,né???

Beijos
Celia

Anônimo disse...

As vezes me sinto assim, um ET mas ai vem a realidade e tira todo o charme e encantamento da poesia.
Aproveite bem seu mundinho fique o tempo que precisar nele, deve ser ótimo.
Abraços
Eduardo

Anônimo disse...

Em breve, quando?
Estou muito curiosa!
Beijos,
Celia