segunda-feira, 11 de julho de 2011

A bela menina na (gasp) USP




E a bela menina ainda dá o que falar. Literalmente. Acabo de ser convidada para o IX Encontro Regional Sudeste de História Oral, que acontecerá de 16 a 18 de agosto, na USP. Participarei da mesa "História oral, depoimentos e mídia", que pretende discutir as várias possibilidades de difusão de histórias orais por meio de recursos como arquivos, sites, filmes, livros. Por enquanto, tenho como colegas de debate Ana Maria Mauad (UFF) e Karen Worcman (Museu da Pessoa). A partir da minha experiência com a biografia da Ana Karina, falarei sobre a história oral sob o ponto de vista do mercado editorial.

Quer dizer, ao menos é isso o que espero. O que não lembrei, antes de aceitar impulsivamente o convite, é que tenho certo pânico de falar em público. Da última vez que colocaram um microfone na minha frente e me pediram para falar sobre o mesmo livro, meu coração quis escapulir pela boca e minha voz ficou falha e covarde. Enquanto tentava falar de maneira mais ou menos inteligível, ouvi uma mulher comentar, do outro lado do auditório: “Nossa, ela tá roxa!”

E agora, gente, o que faço? Tenho pouco tempo, portanto não adianta sugerirem terapia. Só se for de choque. Hipnose também não me anima. Tenho medo de não voltar. Ou voltar tagarela. Odeio tagarelas. Pensei em três soluções:

1)Pedir as gotinhas de Rivotril da Ana emprestadas
2)Pedir as gotinhas de Rivotril da Ana emprestadas
3)Pedir as gotinhas de Rivotril da Ana emprestadas

Sim, o desespero mina a minha criatividade na mesma proporção que uma platéia derruba o meu raciocínio.
Acudam. Aceito sugestões, conselhos, curandeiros e simpatias. Mas sejam discretos e não contem sobre esse apelo para o organizador do evento, o jornalista, pesquisador e produtor cultural Ricardo Santhiago. Foi ele quem me convidou para a mesa, dois anos depois de ter escrito, para a Revista Oralidades, a melhor análise sobre o meu trabalho que já li até hoje. Falei sobre o ensaio aqui, no post Deus e a bela menina. Até então, nunca alguém havia me explicado tão bem o que eu faço. Aprendi várias coisas sobre o meu processo criativo, sobre o meu texto e sobre mim mesma. Só não aprendi a falar sobre tudo isso. So-cor-ro.

3 comentários:

Ana Karina de Montreuil disse...

Eu tenho uma outra solução,toma uns drinks antes .Se bem que ai você pode ficar tagarela ...
Ai ai ai
Acho que vou deixar um vidro de Rivotril na sua portaria,mas você sabe que corre o risco de ficar lesada e não vai falar nada mesmo rs .Deixa de ser boba vai falar sobre o que você sabe fazer,então não tem como falar certo ou errado é so falar e ponto
bjooos e me conta como foi

Barbara disse...

Conselho de uma atriz: se for atuar bêbada, ensaie bêbada. No seu caso, se for falar rivotrada, ensaie rivotrada. E aí, segure na mão de deus e vá!

Carla Mühlhaus disse...

O Rivotril não vai rolar: fiz um teste essa semana com quatro gotinhas e fiquei grogue, lenta e lesada... talvez eu tenha que ensaiar bêbada rs