segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Bienal, eu fui

Fomos à Bienal. Como nos outros anos, usamos a nossa tática de guerra. Alvos certeiros, metas definidas, cartões de crédito em punho e... marchamos. Três horas e três pavilhões depois, eu tinha pena do meu marido só de olhar para as sacolas que ele carregava já com alguma dificuldade. Deixamos lá as calças, as meias e só não oferecemos as roupas íntimas porque havia muitas crianças circulando.
Mas, como em todos os anos, valeu a pena. Saí de lá com o meu projeto Filosofia mais do que alinhavado. Tenho Hume e Bacon e Galilei para me ocupar por um ano pelo menos. Desde que meu grupo de filosofia se desfez, venho procurando alternativas. Como as que encontro ou são caras ou fora do itinerário (morar na Barra tem disso), resolvi apelar para o autodidatismo. Veremos. Se eu sobreviver com sanidade prometo contar um pouco da experiência. Se não, idem.
Não sei se foram os gastos que me deixaram meio alterada ou se as câimbras das pernas comprometeram o fluxo sanguíneo do meu cérebro mas fato é que fiquei muito impressionada, dessa vez, com duas coisas. Uma era o alto-falante que anunciava eventos, promoções e outras coisas que não consegui entender no meio do meu transe. Por um bom tempo me perguntei se não estava no Mundial fazendo compras de mês e só me certifiquei de que tal horror não estava acontecendo porque belisquei o meu marido e tive a certeza de que sim, ele estava do meu lado. Quando me desfiz dessa impressão incômoda, estranhei o respeitável número de pessoas tirando fotos em estandes. Até com uma armadura do estande da Biblioteca do Exército tinha gente tirando foto. Valia tudo: cadeira da Biblioteca do Senado, árvore da Floresta de Livros, cartazes da Turma da Mônica adolescente e até o balão de sinalização da entrada. Isso porque não estou contando o gramado onde estavam os tais balões e que acolhia pessoas sentadas de pernas cruzadas e dentes direcionados a algum flash.
É nobre, claro que é nobre valorizar a Bienal a ponto de registrar a própria presença no evento, num clima assim “Bienal, eu fui”, mas não sabia que ela já tinha conquistado um status, vamos dizer, turístico. Estranho, muito estranho. Pelo sim, pelo não, da próxima vez vou incluir a máquina fotográfica no meu arsenal.

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