quinta-feira, 7 de maio de 2009

Arte de Viver

Como eu já disse, o espécime dos escritores freelancers costuma ser meio estressado. É dado a fases de insônia, ataques súbitos de gastrite, obsessões e ansiedades variadas.
Hoje já sou bem mais light, mais equilibrada e livre de somatizações, mas penei um bocado no passado. Comecei a procurar meu jeito zen de ser há quatro anos, quando aceitei que a minha mãe me levasse pela mão à sua aula de yoga. Gostei tanto que já sei que vou continuar até ficar velhinha. De lá pra cá tive alguns insights no corpo e na alma. Um deles me dizia para aprender também a meditar. Seria um canal de criatividade, me dizia a vozinha interior. Por isso, quando uma amiga me perguntou se eu não queria fazer o curso Arte de Viver com ela, topei na hora.
Pra quem não sabe, o curso Arte de Viver ensina técnicas milenares e poderosas de respiração, meditação e relaxamento (sim, é aquele da propaganda com a Juliana Paes). No último final se semana, um desses cursos acontecia aqui, no faroeste, numa sala do colégio Anglo-Americano. Eram quase 50 pessoas juntas respirando o que nem seus pulmões sabiam serem capazes. Os meus pulmões, asmáticos, estão boquiabertos até agora. Eles não sabem o que é uma crise há mais de dez anos e não conseguiriam mais reconhecer uma bombinha, mas mesmo assim ficaram impressionados com suas performances.
O curso é cheio de surpresas e, para que permaneça assim, não posso contar muitos detalhes. Eu não poderia contar, por exemplo, que em determinado momento me vi imitando um elefante. Nem que as lágrimas rolaram sem parar no último exercício, no qual experimentei um transbordamento de profunda gratidão por existir. Também não poderia contar que, por causa da respiração, acho que perdi o meu medo de altura.
Então o que vou falar mesmo, de verdade, é que o trabalho dessa organização, presente em mais de 100 países, é um dos mais lindos que já vi. Seus programas, creditados pela ONU e pela OMS, já melhoraram a vida de mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo. Também é a maior ONG em número de voluntários. Todos os instrutores do curso, por exemplo, são voluntários. O astral positivo até a medula de Renata Baldi, nossa professora, não deixava qualquer fiapo de dúvida quanto ao poder da respiração.
Recentemente, em Bangalore, Índia, onde fica o ashram do Arte de Viver, foram comemorados os 25 anos da Fundação. Na filmagem do evento, o que se vê é literalmente um mar de gente, mais de dois milhões de pessoas encobrindo os limites do horizonte. Foi uma das cenas mais emocionantes dos últimos tempos. Agora imaginem aquele oceano de amor entoando o OM. Me dá arrepio só de pensar. Deve ter sido um daqueles momentos que fazem valer a existência.
A vida é sagrada. Celebre a vida. Cuide das pessoas e compartilhe o que tem com os menos afortunados. Amplie sua visão, porque o mundo inteiro lhe pertence.”

Sri Sri Ravi Shankar
(fundador do Arte de Viver)

2 comentários:

Valéria Martins disse...

Querida já fiz alguns trabalhos assim, e um deles foi um divisor de águas na minha vida. Um dia, se houver oportunidade, te conto.

Quanto à yoga, também entrou na minha vida em 2006 e veio para ficar. É um caminho de conhecimento através do corpo. Fiquei pensando: mas justamente o corpo, que é coisa mais material que temos?

Sim, porque o corpo saudável nos dá condições de cumprir nossa jornada de aprendizado na terra, de forma extensa e completa.

E vamo que vamo!!!

Carla Mühlhaus disse...

É isso aí, Valéria, nosso corpo é tudo que temos, e é a morada da alma. Tão pouco e tanto, né?
Vamos ver se um dia a gente se encontra e você me conta sobre o seu divisor de águas. Fiquei curiosa! bjs