domingo, 6 de julho de 2008

Chama o reboque!

Uma amiga minha, Rosana Ferrão, é publicitária e escritora e tem um blog em http://bloglog.globo.com/rosanaferrao. Recentemente, escreveu o post Vistoria do Detran in Rio: Eu fui! Enquanto eu lia o texto, às gargalhadas, fiquei sabendo que seu carro andava sofrendo de ataques súbitos de formigas assassinas. Eram centenas delas que, mesmo depois de dedetizações e despachos, resolveram aparecer em plena vistoria do Detran, numa espécie de arrastão selvagem. Foi só o inspetor levantar um pedaço do carpete para anotar o chassi que elas apareceram, furiosas. Se o carro da minha amiga passou na vistoria? Sim, passou. Parece que o inspetor ficou com pena.
Bem, meninos, eu não passei. Quer dizer, eu nem cheguei a fazer a prova. Sorry, Rosana, mas a minha história é mais dramática! Pra começo de conversa, precisei subir a serra para passar pela vistoria. É que o meu carro, assim como eu, nasceu em Petrópolis, e os documentos são todos de lá. Como o Detran está muito preocupado em agilizar as coisas, agora não é mais permitido fazer a vistoria em qualquer cidade ou município diferente daquele que aparece no raio do Renavam. Por que facilitar, se eles podem infernizar a sua vida?
Depois de três horas de viagem graças a um trânsito de sexta-feira em toda a cidade e outro trânsito causado por um engavetamento na Linha Vermelha, cheguei no tal posto da vistoria. Quer dizer, cheguei na fila para o tal posto. Cheguei no começo da rua onde ficava o tal posto, no alto de uma colina. Eu estava no pé do morro, atrás de mais ou menos vinte carros. Foi aí que o meu sangue germânico começou a esquentar. Comecei a lembrar de todas as vezes em que eu havia ligado para o Detran para tentar marcar a vistoria e ouvia sempre, como um recado eletrônico: “Não temos vagas para esse posto agora, liga mais tarde”. Como assim? Isso é um agendamento ou um teste psíquico? Mais de dez tentativas depois, desisti e contratei um despachante. Milagrosamente, no dia seguinte eu tinha um dia e um horário marcados. Competentes, eles, não? O que não me disseram é que, em média, são oito carros agendados a cada quinze minutos. Me diz, então, por que marcar horário? Era mais fácil eles desejarem boa sorte e mandarem rezar um pai nosso.
Motor desligado naquela fila que não andava há mais de meia hora, era nisso que eu pensava quando passei a mão no meu celular. Comecei a soltar os cachorros com a despachante que, no meu limitado entendimento de mundo, deveria ser uma pessoa que facilitasse a minha vida, e não o contrário. Enquanto eu reclamava os meus direitos, a fila deu sinal de que daria alguns passinhos à frente. Tentei ligar o carro, e nada. Nadinha. Em plena discussão telefônica, enquanto a mulher me falava para eu ter calma (o que, é claro, me deixava ainda mais irritada), o carro morreu. Pifou mesmo, largou mão, jogou a toalha, desistiu da vida. E o que é pior, parou a fila. Bom, perdi completamente a moral. “Vem cá, dá para chamar alguém para me ajudar porque o carro não quer mais ligar?”, eu falei bem cândida para a minha querida despachante. Enquanto eu fazia sinal para os outros carros passarem na minha frente, o mecânico chamado às pressas na esquina coçava a cabeça. Não teve jeito. Esperei pelo reboque por quase uma hora num frio de rachar, mas só conseguia pensar numa coisa: perdi a vistoria!!! Gente, vou ter que fazer tudo de novo! Agora me diz, Rosana, essa história bate ou não bate a sua?

2 comentários:

Rosana Ferrão disse...

Bate! Nossa, bate muito!! Já pegou seu dinheiro de volta da despachante?
bjs
Obrigada pelo link! Vou retribuir na primeira oportunidade...

Anônimo disse...

Carla, já marcou nova vistoria?
Liga pro despachante e manda ele fazer, ora bolas! Ele que se vire enquanto você toma um cafézinho na esquena...

Celia