terça-feira, 13 de julho de 2010

O pátio está vazio e os súditos mortos
Reino sozinha
Presa na torre
olho pra baixo
Não vejo tranças nem crocodilos nem alçapões
Apenas minhas pegadas aflitas
desaparecendo como poeira no vento
Isso é porque finjo que vou mas fico
digo que fico e vou
Cadê as bruxas dentro das mulheres brochas
perguntaria Piva
Onde o rock'n roll?
Morreram todos na batalha moderna
onde o novo é rei
a falta farinha branca que engorda
e o sonho produto ou qualquer coisa vendável
a dez prestações sem juros no Visa
Esconjuro então o meu reino
Mando os soldados para casa
Vão beijar suas mulheres, digo
Vão olhar suas crianças, grito
Eles me olham incrédulos
intraduzíveis
e perguntam entre si
Quem é essa mulher louca
Desviando o olhar se respondem
Deixa ela aí na janela
Deve estar variando
Devia era pegar numa panela
Olha lá que cara amarela, deve estar doente
Olha mais não, irmão
Deixa ela
Uma hora ela cansa, vai doer o cotovelo murcho
E largar da janela
Eu, hein, murmuram
E deixam ela

(E assim morreu o rei e acabou-se o reino. Sem internet, entediou-se a rainha. Engoliu o mouse e, indigesta, nunca mais saiu do castelo.)

3 comentários:

Unknown disse...

Gostei. Muito.

Anônimo disse...

Adorei Carla...bj

Anônimo disse...

comentário anterior é meu...bj Celia