terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Jingle Bells

Todo ano é a mesma coisa. Dezembro chega com um cansaço inominável, uma fadiga daquelas de te jogar na cama e deixar os neurônios perdidos no travesseiro. Passo por isso há muitos anos. Já arrisquei várias explicações.

Uma delas é que sou freela há mais de dez anos e desde então não tenho férias regulares, o que me faz ver o final do ano como aquela época liberada ao descanso, com o calendário cheio de álibis como amigos ocultos, festinhas e so on. Então o corpo pensa ooobaaa e se joga na cama à minha revelia. O problema é que os meus contratantes não sabem disso e costumam ter o mau gosto de me passarem trabalhos meio urgentes nessa época. O meu cérebro não entende o contra-senso e fica muito perturbado. Revoltado e deprimido, não necessariamente nessa ordem.

Também já me disseram que a canseira pode ter algum fundo energético, porque essa é uma época em que as pessoas pensam muito na vida, se deprimem e se estressam com os preparativos das festas que deveriam servir para trazer paz. Vai saber.

O que sei é que ontem fiz ioga e cumpri com alguma glória vários exercícios que ainda não conseguia fazer completamente. Fui e voltei da invertida sobre os ombros com pernas esticadas e abdômen irrepreensível, compensei na postura do peixe tirando os braços do chão e sustentando o tronco com a força do cocuruto, sustentei o corvo por mais de dez milagrosos segundos, enfim, uma festa, quem é iogue sabe. Só ficou faltando dar uma força para os músculos, que sem um potássio básico depois da aula costumam reclamar. Some a isso uma dor de estômago causada pelos excessos do final de semana e entrei em colapso. No final do dia já me arrastava pela casa, curvada, sem saber onde acabava o estômago e começavam as costelas porque doía, negada, doía tudo junto.

Adernei. Levantei a bandeira branca. O fim do ano chegou.

Boas festas para vocês também.

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