sexta-feira, 3 de julho de 2009

E eles continuam...

O Ibope foi tão fraco que quase esqueci deles. Mas aí vai mais um catarrinho. Vocês sabem como é, expectorar dá trabalho, cansa os pulmões, dá dor nas costas e na garganta. Mas depois fica tudo limpinho, limpinho.
Um bom final de semana pra vocês também.

IV

Havia os que moravam no metrô. Alguns buracos já existiam e foram só aproveitados, outros foram abertos mesmo para servir de casas que viviam repletas de ratos. Algumas, apesar da sujeira, tinham gás e luz, puxada de gatos da estação. O Clever, que se chamava assim porque se achava genial e um dia, folheando um dicionário resgatado do lixo, aprendeu que clever, em inglês, queria dizer inteligente, tinha um desses buracos com luz, mesinha e até TV. Pensou ainda em fazer um varal, não porque precisasse, não lavava roupa mesmo, mas porque o faria lembrar de alguma coisa da sua infância que não sabia bem o quê. Em poucos meses, praticamente decorou o dicionário, o que fez com que criasse uma linguagem muito particular. Não sabia articular as frases, mas sempre que podia jogava no ar uma palavra em inglês. “Você está hungry, man?”, ele perguntava aos ratos que passavam pela sua sala.

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