quarta-feira, 9 de junho de 2010

É isso aí

Em que ponto nos encontramos agora?

EKSTERMAN: Estamos emergindo do grande silêncio, embora ainda intoxicados pelas futilidades dos sentidos e pela afirmação do egoísmo, manipulados pelo mercantilismo que reduziu todos os valores aos valores do mercado. O ser humano deixou de conjugar o verbo ser para conjugar apenas o verbo ter.”

Ler numa despretensiosa manhã de sábado palavras tão corajosamente esclarecidas como essas é algo que me acalenta. Principalmente sabendo que elas estavam em pleno caderno Ela, criando ironicamente uma espécie de clareira do bom senso, espasmo de visibilidade na cegueira geral dos modismos consumistas.

O entrevistado, Abram Eksterman, psiquiatra e psicanalista, é autor de Interlúdios em Veneza – os diálogos quase impossíveis entre Freud e Thomas Mann (Editora Rubio). As conversas do livro, testemunhadas por um casal apaixonado, são fictícias: o psicanalista e o escritor encontraram-se apenas uma vez em suas vidas. Mas as reflexões que surgem delas parecem ser pra lá de reais. A matéria é de Bety Orsini e a entrevista pode ser lida na íntegra em oglobo.com.br/rio/bairros/bety

Vida longa ao Ela.

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